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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Damage Control Surgery - Princípios

Damage Control Surgery (DCS) é um dos maiores avanços da técnica cirúrgica nos últimos 20 anos. Os princípios da DCS tem sido aceito vagarosamente pelos cirurgiões, principalmente pois essa técnica contradiz as técnicas padrões do ensino da cirurgia - que a melhor operação para o paciente é uma, o procedimento definitivo.   Entretando, agora é bem reconhecido que pacientes politraumatizados são mais propensos a morrer por falência metabólica trans-operatória do que pela falência causada pelos reparos incompletos . Pacientes com lesões hemorrágicas maiores não sobreviveram a procedimentos complexos, tal como uma ressecção hepática. A equipe cirúrgica deve passar por uma troca de paradigma na sua mentalidade se o paciente irá sobreviver as lesões. O princípio central da DCS é que os pacientes morrem devido a tríade coagulopatia, hipotermia e acidose metabólica . Uma vez estabelecida a falência metabólica é extremamente  difícil controlar a hemorragia e corrigir os desarranjos causado

Corticóides & Choque

O uso de corticóides no choque é extremamente controverso e discutido. Inicialmente ele surgiu como parte obrigatória da terapêutica no choque baseado principalmente nos estudos NASCIS 1, 2 e 3. Após algum tempo, reavaliações desses estudos mostraram "fragilidades" no tocante ao desenho do estudo e seus resultados, daí iniciou-se a grande dúvida shakespeariana sobre usar ou não essa classe de fármaco.  Atualmente nota-se um certo maniqueísmo sobre eles e uma tendência significativa de abandonar o uso dessa medicação em todos os casos, sendo indicado em situações bem específicas. Quando perguntado sobre o porquê de usar corticóides em altas doses a resposta vem na ponta da língua: "estabilizar as membranas celulares". Mas porquê essa resposta? Choque é a manifestação clínica da oferta inadequada de oxigênio aos tecidos. Essa perfusão débil pode ocorrer a partir de evento hipovolêmico (perda de água intravascular ou hemorragia), cardiogênico (falha da bomba cardíac

Protocolos e Mnemônicas da Emergência

Uma emergência pode transformar, em questão de segundos, um ambiente calmo em caos. E nesse momento faz necessário uma avaliação sistemática e objetiva do nosso paciente. Para isso existem os protocolos, para que possamos avaliar e intervir nos sistemas orgânicos mais importantes e, também, para não distrair com lesões que devem ser abordadas secundariamente. É muito importante que os protocolos sejam obedecidos, visto que, muitas vezes, erros na avaliação/intervenção culminam com a morte do nosso paciente. Para facilitar a memorização desses protocolos surgem as mnemônicas, dentre elas, ABC, A CRASH PLAN, ABCDE, ABORDAGEM, CAPÚM. A Sociedade Latinoamericana de Medicina Veterinária de Emergência e Cuidados Intensivos ( LAVECCS ), presidida pelo Prof. Dr. Rodrigo C. Rabelo, preconiza o uso do ABC na avaliação inicial, ABORDAGEM na avaliação secundária e o CAPÚM para anamnese de emergência. A anamnese deve ser realizada em menos de um minuto e deve conter as seguintes informações:

Post de inauguração

A Medicina Intensiva e, também, o atendimento emergencial na Medicina Veterinária são áreas que vem crescendo junto com a especialização do profissional principalmente no cuidado aos cães e gatos. O profissional dessa área é de algum modo peculiar, pois ele transita entre as diferentes especialidades (gastroenterologia, neurologia, cardiologia, etc.); porém em situações críticas na tentativa de reestabelecer a homeostase e impedir a falência orgânica. Este blog visa a divulgação de tópicos sobre medicina intensiva e atendimento emergencial, relatos de casos e está aberto a discussões e trocas de informações, uma vez que é uma área em crescimento e sou apenas um entusiasta da área. Espero que seja proveitoso a todos.